02/01/2018

Familia de CB enfrenta condições de moradia precária para tentar vida melhor em Sorocaba

Vindo de Capão Bonito, a 131 km de Sorocaba, em busca de uma vida melhor, o casal Andressa Carolina Leite da Silva, 22, e Tiago Santos do Nascimento, 21, vive hoje com os dois filhos, Bryan e Pietro, de três e quatro anos, respectivamente, em um barraco de madeira em uma área invadida na zona norte da cidade. A família está abaixo da linha da pobreza, pois não tem renda nenhuma. Tiago, quando consegue, faz bicos de servente de pedreiro e pintor, mas ultimamente, conta, está cada vez mais raro surgir uma oportunidade. "Tem mês que eu trabalho três dias, cinco dias, mas é difícil porque criança tem vontade de comer alguma coisa diferente e não dá para comprar", conta com tristeza.
 
Embora muito simples, o barraco em que vive a família é muito limpo e organizado e tudo que tem ali dentro, conta Andressa, é fruto de doações. "A gente ganhou uma televisão pequenininha da minha cunhada, mas é boa e os meninos gostam." Pietro, o mais velho, estava matriculado em uma creche próxima ao bairro Laranjeiras, onde a família vivia em uma casa alugada antes de ir para o barraco, há oito meses, mas depois que fizeram a mudança o pequeno não pôde mais ir, pois não conseguiu transferência para uma unidade mais próxima. "A gente não tem dinheiro para o ônibus e é muito longe para ele ir caminhando", conta a mãe, que espera conseguir uma vaga no ano que vem.
 
Mesmo com a renda per capta inferior a R$ 85 e com duas crianças, Andressa conta que já fez o cadastro para ter acesso ao Bolsa Família, mas não teve o benefício concedido. "Deve ter pessoa em situação ainda pior que a nossa, e acho que priorizam esses casos", lamenta.
 
Em situação semelhante está Maria Angelina Farias Lustosa, 43, que também ocupa um barraco na comunidade situada na zona norte da cidade. Ela vive com a filha Ivonete Lustosa Pereira, 28, e três netos, dois que são filhos de Ivonete e um menino de sete anos que foi criado por ela. Maria Angelina já trabalhou como faxineira, mas conta que não tem conseguido mais trabalho.
 
Ivonete veio da região de Campinas para morar com a mãe e mesmo com a experiência em telemarketing, não conseguiu se recolocar no mercado. Hoje as cinco pessoas vivem com um benefício do Bolsa Família de R$ 85. "Até mês passado eu recebia R$ 140, mas nesse mês cortaram quase metade", conta a jovem. Com o dinheiro que recebe, ela conta que vai ao mercado e compra o que as crianças mais sentem vontade, como bolachas e alguns doces.

  
Precariedade 
 
A situação na área ocupada por barracos é muito precária, sem sistema de esgoto e gatos de energia e água. No início de dezembro o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) interrompeu o abastecimento no local, mas os moradores já fizeram um novo desvio para terem acesso a água.
 
No momento em que a reportagem estava entrevistando alguma famílias, na última quarta-feira, moradores pensaram que uma equipe da CPFL estava fazendo o corte de energia e até mesmo as crianças, que brincavam descalças na terra com uma bola de futebol, entraram em desespero temendo ficar sem eletricidade nos barracos. Muitos moradores correram até a avenida Itavuvu para tentarem impedir o corte. Não era uma equipe da CPFL. O gato não foi cortado, pelo menos até aquele dia. "A gente vive numa situação aqui que as crianças acabam se preocupando com coisas que elas não deveriam se preocupar. É triste demais", disse Maria Angelina.
 
Fome
 
Nove pessoas vivem em um barraco de madeira, com dois cômodos, em um terreno na Vila Barão. A família de Roseli Aparecida Rodrigues, 50, está no local há sete meses, e divide espaço com outras tantas pessoas. Sem água no local, a dona de casa vai com baldes nas casas da vizinhança para tentar conseguir maneiras de matar a sede dos filhos e manter a casa limpa. "Sou eu, meu marido e sete filhos. Às vezes ele arruma alguma coisa como pedreiro, mas não é sempre. Não temos uma renda fixa", relata.
 
Ela conta que muitas pessoas vão até a área para dar brinquedos para as crianças, mas raramente recebe doações de comida. "Tem dia que é difícil, que falta o que comer mesmo. A gente também precisa de um guarda-roupa para conseguir organizar melhor a casa, que já é bem apertada", conta. (L.P.)

Fonte:Jornal Cruzeiro

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