26/06/2019

Vizinhos se unem para cuidar de mulher com tumor gigante que não consegue se mexer: 'Situação absurda'

Moradora de Capão Bonito (SP) tem obesidade mórbida e foi diagnosticada com lipoma, mas tumor cresceu e ela não consegue fazer atividades diárias. Vizinhos fazem arrecadações e ajudam com cuidados especiais.

A solidariedade e união fizeram com que vizinhos ajudassem uma moradora de Capão Bonito (SP) que não consegue se mexer do sofá por causa de um tumor "gigante".

Diariamente, um grupo de aproximadamente dez pessoas se reúne para dar banho e também conversar com Marisa Souto Proença, de 43 anos, que tem obesidade mórbida e foi diagnosticada com lipoma, que é um tumor benigno composto por células de gordura.

Marisa afirma que chegou a procurar pelo tratamento e cirurgia, mas como demorou muito o lipoma cresceu.

“Estou contando com a ajuda de vizinhos e parentes, já que moro com meu tio que é idoso e minha filha de 11 anos. São mais de dez pessoas para me dar banho porque eu não consigo levantar”, afirmou Marisa em entrevista ao G1.

Jaqueline Galvão é uma das vizinhas que auxiliam Marisa. Ela conta que recentemente soube do caso e passou a ajudá-la.

“Ela diz que deu início ao tratamento, mas a família não tem estrutura, é humilde. Não sabe a quem recorrer. Desde 2010 ela descobriu o lipoma e não fez cirurgia. O tio dela, idoso, estava cuidando dela, mas ele pediu ajuda para dar banho e fazer curativos”, conta.

Jaqueline afirma que além da ajuda, os vizinhos também fazem arrecadações de materiais de higiene pessoal, como curativos, toalhas e até lençóis.


“É uma situação absurda. Ela dorme no sofá e as refeições são no sofá. O que os médicos podem fazer, eles fazem. Tem acompanhamento, enfermeiras de duas a três vezes por semana. Todos os vizinhos também estão engajados. Estamos batendo de porta em porta para ajudar.”

Tratamento
Segundo o médico Bruno Augusto, que atua na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila São Paulo e acompanha o caso da paciente desde agosto de 2018, para reverter a situação é necessário fazer uma cirurgia para a retirada do lipoma.

No entanto, o procedimento é considerado de risco se Marisa não emagrecer nem tomar a medicação indicada corretamente.

O caso dela atingiu um nível de quilos que nenhum cirurgião ou anestesista consegue operá-la. O risco cirúrgico e pós-cirúrgico é enorme”, explica.

Na época que ela teve o diagnóstico do lipoma, o cirurgião pode ter falado que operaria e isso ficou no inconsciente dela, mas na situação atual isso não é possível. Mesmo que algum cirurgião faça o procedimento, o anestesista não dá conta.

Segundo o médico, o medicamento que faz parte do tratamento da paciente surte efeito a longo prazo e tem efeitos colaterais no início. Por isso, a adesão dela em relação ao remédio é baixa.

Recorri a muitos especialistas, psiquiatria, cirurgião. É frustrante para a gente. Ela é a luz do túnel mas precisa ter consciência disso e ter mais qualidade de vida”, diz o médico.

Visitas à UBS

Marisa recebe atendimento médico em casa, mas também precisa se deslocar à UBS. Ela conta que não consegue se levantar sozinha e um carro comum não consegue fazer o transporte dela.

Os bombeiros também me ajudam quando eu preciso ir para um hospital, por exemplo, mas para ir eu preciso sentar no assoalho de uma perua com um colchão”, afirma.

A perua chega na porta de casa e preciso sair com o pessoal me carregando, fico machucada.

De acordo com ela, o desejo era de ir para um lugar onde fosse internada para receber o atendimento médico necessário.

Queria um lugar que me internasse porque eu não aguento mais. Tenho medo de passar mal e não ter socorro”, diz.

Em nota, a prefeitura de Capão Bonito disse ao G1 que a Secretaria de Saúde e todos os profissionais da atenção básica estão cientes do caso da paciente e que ela recebe atendimento da equipe médica e de enfermagem da cidade.


Informou também que a paciente foi “encaminhada para avaliações especializadas, como cirurgião geral, endocrinologista, oncologia, porém todas as guias foram perdidas pela família e pela paciente.

Várias guias foram transcritas mais de três vezes, sendo a última em 26 de abril e 13 de maio, deste ano.

A prefeitura também confirmou que a paciente possui um alto risco cirúrgico se tratando de obesidade mórbida e HAS.

Informou que o caso dela presa ser avaliado pelo cirurgião geral e anestesista e que a perda de peso é necessária para amenizar os riscos de uma possível intercorrência em tempos cirúrgicos.

Fonte: G1 - TV TEM




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